sábado, 31 de outubro de 2009

Let The Right One In (Deixe Ela Entrar) - 2007

“Deixe Ela Entrar” e uma producao sueca de 2007 que trata do relacionamento entre uma criatura da noite e um jovem ser humano, lidando com este batido tema com extremo respeito aos mitos vampirescos e ao espectador.
Nao e segredo para ninguem que eu odeio “Crepusculo”.
Sou fa de historias de vampiros, por isso senti que alguem tinha enfiado uma estaca no meu peito a cada subversao do mito dos sugadores de sangue que aparecia naquele abacaxi cinematografico.
Pela semelhanca de tema entre os dois filmes, ja comecei a assistir a este “Deixe Ela Entrar” com os dois pes atras.
Ao contrario da rotina adotada pela ja citada bomba e pela otima serie “True Blood”, aqui temos um menino de 12 anos se apaixonando por uma vampira que tambem tem a mesma idade, mas ha bem mais tempo do que ele imagina.
A fita e baseada no livro homonimo de John Ajvide Lindqvist (publicado originalmente em 2004), com o proprio escritor assinando o roteiro da producao.
A historia e centrada em Oskar (Kare Hedebrant), um solitario e timido garoto que e atormentado por seus colegas de classe.
Certa noite, ele ve um homem e uma garota se mudando para o apartamento ao lado.
A menina, de nome Eli (Lina Leandersson), e tao reclusa quanto ele e, em meio a curtos dialogos travados no frio playground do condominio, nasce uma amizade entre os dois, uma relacao que mudara seus destinos para sempre.
Enquanto isso, estranhas mortes passam a ocorrer na localidade onde eles vivem, colocando um morador local no encalco dos responsaveis.
Desde seu inicio, “Deixe Ela Entrar” ja mostra que, apesar de ter elementos mais acucarados em seu roteiro, estes nunca irao sobrepujar o plot geral, mais voltado para o suspense.
Cenas de violencia nao sao raras, sempre com sangue abundante e uma violencia em nivel consideravel.
Os ataques que ocorrem sao brutais e nao esperem o tipico “politicamente correto” dos longas hollywoodianos.
Interessante notar que, logo apos sugar o sangue ser consumido, o protocolo vampiresco da trama dita que o pescoco da vitima deve ser quebrado para evitar o surgimento de mais um ser imortal.
Nao se trata o vampirismo com glamour, mas como uma doenca.
No filme, se mostra que a existencia como um desses seres imortais e extremamente dolorida e solitaria, uma verdadeira maldicao.
Nao esperem vampiros brilhando feito purpurina sob a luz do sol, com as fraquezas dessas criaturas lendarias sendo tratadas de um modo extremamente respeitoso.
A ambientacao da historia em uma cidade sueca branca e gelida e bem aproveitada pela belissima direcao de fotografia, dando um toque desolador a fita, que chega a lembrar o otimo visual de “30 Dias de Noite” por algumas vezes.
Em ambientes externos, ha uma sensacao de insignificancia em relacao ao todo.
Ja entre quatro paredes, a claustrofobia impera.
Os jovens atores possuem uma quimica incrivel, que torna ate possivel relevar o unico grande problema do roteiro, que e a batida cena na qual Eli diz que nao pode ser amiga de Oskar.
Tal dialogo, que tambem existe em “Crepusculo”, e um problema ja que o filme se desenvolve justamente com a amizade dos dois que sabemos que vai acontecer.
Mas, em meio a tantos acertos, este escorrego acaba sendo um mero detalhe.
Trabalhando a alegoria da adolescencia com bem mais sensibilidade e preparo do que a franquia criada por Stephenie Meyer, “Deixe Ela Entrar” da o seu recado sem esquecer de respeitar os dogmas dos bons filmes de vampiro.
Esta pequena grande historia merece ser conhecida pelo publico.

Nota: 10

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